Rosangela Calza - Florianópolis

  T odas as palavras   Quando todas as palavras somem tudo o que precisa ser dito está nos olhos. Isso vale pro amor e pro ódio. Vale também para a indiferença Para a crença e para a descrença. Vale para a dor, vale para a alegria, para a nostalgia... para a noite para o dia. "Porque a boca fala do que o coração está cheio"... Sim, e quando ela cala... do coração os olhos são o espelho.

  A rmas de paz   Armas de paz? Sentei-me à sombra de uma árvore. O silêncio era ensurdecedor... Longe o grasnar de corvos A terra chorava de dor. Quantas lágrimas derramadas. Quantas esperanças desesperançadas. Quantas crianças órfãs deixadas. Quantos mães pela guerra enviuvadas... Eram filhos... eram pais... eram maridos. Armados... assim a guerra se faz. É a guerra... Por que de armas precisam... aqueles que lutam pela paz?                  

  E la aprende rápido   Ela é como gente que não vive no espelho do passado. Ela aprende rápido com o que deu errado. Ela ri dos seus passos atrapalhados. Ela sabe que com um beijo cura seus joelhos arranhados. Ela levanta sempre a cada tombo... não importa, na alma, o tamanho do rombo. Ela pede pro seu gato lamber o leite derramado. Ela não lamenta o que a vida lhe tem tirado. Ela joga de novo o dado... e de novo... e de novo... Ela anda mais uma milha. Ela aspira o perfume das flores na sua trilha. Ela segue em frente... sem maximizar a dor que sente. Ela é forte, determinada... Não é mesmo apenas uma brisinha de nada.  

  A vida não é um ensaio não Você anda estressado, exausto, cansado? O mundo está em suas costas pesando?   O coração tum... tum... tum... tum... a cada batida acelerando? Não é um caminho de flores... Não é um mundo de amores... Desilusão, tristeza, dores? Alguma coisa está faltando... É o seu corpo e alma lhe avisando.     Talvez o caminho pelo qual você esteja andando definitivamente não é o que você deveria estar trilhando... Pare! Pense! Olhe! Atenção... A vida não é um ensaio não.

  A rrisco-me Na minha estrada... Já conheço os passos Sei quais não vão dar em nada.   Na linha do horizonte Vislumbro novo rumo. Me aprumo. Um novo amor. Um mundo de cor.   Arrisco. É o amor sempre um risco? Pego um atalho.   Nesta colcha de retalhos. Arrisco. Por amor corro qualquer risco. Ou... que seja... Vou experiências colecionar...   Quem vai me julgar?

  E quilíbrio   O que é a caminhada quando se acredita que o fim vai dar em nada? O que são os obstáculos se pra nada vai servir o esforço que faço?   Na linha do tempo não dá pra firmar os passos... Me equilibro... De nada serve o esforço que faço. As curvas da vida estão me deixando tonta.   Tento como uma louca alinhar tudo o que a vida comigo apronta.